A casinha ao lado
A casinha ao lado
Da minha janela, vejo a casinha ao lado. Ali, onde havia tanta vida e onde a felicidade fazia morada, hoje há um jardim sem cuidado. Ali, naquele jardim outrora florido, as crianças costumavam correr e brincar. Ouvia-se cantigas e um doce gargalhar. Hoje, na casinha ao lado, há um silêncio quase sempre. As crianças cresceram, tornaram-se adultas, partiram em busca de outras casinhas para cultivar outros jardins. A porta vermelha ali permanece, sua cor um pouco desbotada pelo passar do tempo e de tantas estações, guardiã das memórias. À noite, na casinha ao lado, há sempre uma luz acesa na janela, como se houvesse sempre uma espera, como se a vida pudesse ser novamente convidada a entrar e ali habitar, florindo novamente aquele jardim.
Daniela Annes Spera
Porto Alegre, 25 de abril de 2024